Memórias de Inspiração
Memórias de Inspiração
Sentada nesse cômodo paro um minuto para olhar em volta. Entre fotografias, brinquedos de infância e presentes recebidos, percebo que estou em um lugar que me inspira profundamente. Todos precisam de algum tipo de inspiração para realizar seu trabalho da melhor maneira, as recordações me transmitem amor, cada foto que vejo lembro de como fui feliz naquele momento, cada souvenir que olho penso que é um pedacinho do mundo que está comigo, cada brinquedo que guardei recorda-me de como me diverti com ele, cada presente que recebi lembro-me de como foi dado com carinho.
Tudo isso faz desse pequeno quarto o meu pedacinho do céu, um lugar em que só de entrar me leva ao passado, posso fechar os olhos e em um segundo estou no jardim da casa onde cresci brincando com a minha irmã, de repente quando abro os olhos vejo um mural na minha frente, olho para todos os rostos estampados em cada foto e sinto um imenso sentimento de gratidão. Como Deus é tão bom para mim, será que mereço tanto amor e cuidado?!
Eu acredito que Deus criou seus filhos de forma minuciosamente pensada, inspirado no grande amor pela sua criação deu a cada um características únicas, colocando em todos eles um pouquinho de si, algo que o fizesse lembrar-se sempre de como foram feitos na luz e na perfeição do seu infinito amor.
No dia que percebi que para Deus não existem acasos, entendi que tudo fora arquitetado para assim ser, desde o momento em que Ele me escolheu colocar na família que nasci, Ele sabia que tudo que eu viveria nela, todo o amor e cuidado que recebi seriam o suficiente para me fazer lembrar do amor Dele por mim.
Trilhei caminhos obscuros que me fizerem não dar o devido valor as dádivas que recebia de Deus, cega pelas tentações do mundo, quando vi já estava conspurcada pelo pecado, totalmente enlaçada pelas trevas. Mas no dia certo o amor do criador me atingiu e como um gatilho fez se luz no meu ser, o que não via passei a ver, aos poucos fui me limpando de toda contaminação a que estive sujeita. Ninguém nunca me obrigou a nada, todos os caminhos que trilhei foram por livre e espontânea vontade, da mesma forma que um dia escolhi viver nas trevas (mesmo que inconscientemente), hoje escolho viver na luz.
Essa escolha existe desde o dia que na sua infinita bondade fomos criados por Aquele que tudo fez, Aquele que é luz, Aquele que não querendo filhos condicionados deu a cada um a maior dádiva e ao mesmo tempo a maior responsabilidade que existe, o livre arbítrio.
Nesse momento no meu coração o passado, o presente e o futuro se fundem numa mistura de alegria e ansiedade. Alegria por ter a certeza absoluta de que em breve voltarei a estar nos braços do meu Deus, da mesma forma que me sentia segura no colo do meu pai, voltarei a me divertir com os meus irmãos com a mesma inocência que brincava com a minha irmã, voltarei a ser cuidada e protegida com o mesmo carinho que a minha mãe me beijava.
Eu não desejo tudo isso só para mim, é nisso que reside a minha ansiedade, todos os dias acordo pedindo a Deus paciência e sabedoria, é difícil quando vejo muitos dos meus irmãos longe da luz de Deus e de tudo que ela representa, sabendo que o tempo está-se extinguir todo dia é uma luta, mas sempre que sento nesse quartinho e olho em volta sei que valerá a pena. A cada alma que se arrepende e passa a enxergar o criador faz-se uma festa no céu.
São essas lembranças que me movem, é disso que me alimento dia após dia, das memórias que um dia vivi e que continuo vivendo, memórias que inspiram o amor, amor verdadeiro, puro, incondicional, infinito, que dá a vida pelos seus. Esse é o amor de Jesus Cristo que por nós morreu, para que Nele tenhamos a vida eterna, mais uma vez.
“Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 8:38-39)